O Município do Rio vai pagar R$ 200 mil a mais por mês pelo transporte de lixo do Caju, Jacarepaguá e Irajá. Apesar de a empresa Rodoviário União ter vencido a licitação para o serviço oferecendo menor preço, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) contratou, em caráter emergencial, a Ouro Verde Transporte e Locação por mais de R$ 9 milhões.
O motivo do contrato milionário sem licitação, argumenta a Comlurb, foi um impasse jurídico entre as empresas participantes da concorrência. A segunda colocada, a Locanty, entrou com recurso e impediu a Rodoviário União de assumir o serviço. Com isso, a Comlurb preferiu fechar contrato com a Ouro Verde, que já prestava serviço para a prefeitura. “É um prejuízo para o município, porque nós ganhamos por um valor menor e eles estão pagando mais pelo mesmo trabalho”, avalia o gerente administrativo da empresa vencedora da licitação, Francisco Sanches.
A Ouro Verde receberá por mês R$ 1,5 milhão para realizar o transporte do lixo domiciliar e público dos três bairros — o equivalente a 135 mil toneladas despejadas no Aterro de Gramacho, em Caxias. O mesmo serviço foi oferecido pela Rodoviário União por R$ 1,3 milhão. O contrato de R$ 9 milhões firmado com a Comlurb refere-se a 180 dias. A companhia afirma que, se as pendências jurídicas da licitação forem resolvidas em até seis meses, o contrato temporário pode ser rescindido.
Atualmente, os contratos da prefeitura com a Ouro Verde, juntamente com a Júlio Simões Transportes e Serviços , são alvo de investigação da CPI do Lixo, da Câmara Municipal.A relatora da CPI, vereadora Lucinha, criticou o contrato emergencial: “A urgência deixa de existir a partir do momento que a Comlurb tem no serviço uma atividade programada”.
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal que investiga os contratos da Comlurb com a Júlio Simões solicitou o envio de todos os contratos da empresa com órgãos do Rio para analisar suposto favorecimento. A comissão foi criada depois de série de reportagens de O DIA apontando possíveis irregularidades na negociação.Segundo a relatora da CPI, vereadora Lucinha, a Júlio Simões teria sido contratada até mesmo para fazer o transporte dos atletas do Pan.
No dia 22, a comissão ouvirá o depoimento de quatro diretores da companhia. Fernando Alves de Oliveira, Edson Arcos da Silva, Henrique Olavo Homem e Marco Antônio França seriam os responsáveis pela aprovação de aditivos nos contratos firmados com a Júlio Simões. No início de setembro, o presidente da Comlurb, Paulo Carvalho, será ouvido.
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