Juíza que despachou na calçada corre o risco de ser demitida

A juíza Mônica Labuto, que decidiu trabalhar no meio da rua, em um gabinete improvisado na calçada, depois que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou um pedido para que o Fórum de Madureira ficasse aberto após as 21h, pode ser punida pelos desembargadores do TJ por sua atitude. O órgão especial pode decidir pelo afastamento ou até mesmo a demissão da juíza da Vara de Infância e da Juventude.
A magistrada pediu a ampliação do horário porque queria acompanhar o trabalho da Vara da Infância e da Adolescência em uma blitz em casas noturnas da região. No entanto, ao saber que este havia sido negado por causa da falta de segurança no prédio, resolveu transformar, na última sexta-feira (10), a calçada em gabinete. E realizou os despachos ali mesmo, no meio da rua.
A atitude da juíza irritou a direção do Tribunal de Justiça, que entrou com uma representação contra ela no órgão especial, com pedido de afastamento. Mônica aguarda, agora, a decisão de 25 desembargadores, que deve sair em 20 dias. Eles irão avaliar se a juíza merece receber algum tipo de punição, seja ela uma advertência, o afastamento ou até mesmo a demissão da Vara de Infância e da Juventude.
Enquanto isso, a juíza trabalha no fórum normalmente. Se for decidido pelo seu afastamento, ela pode ficar até dois anos em casa, sem trabalhar, porém recebendo o salário, já que a decisão ainda caberia recurso.
“Ela desobedeceu uma ordem de superior hierárquico no campo administrativo. O que ela fez foi expor o poder a vexame, porque não é possível que uma juíza de direito vá para a rua numa mesa emprestada ou de quem quer que seja fazer um proselitismo totalmente fora de propósito”, disse o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador José Carlos Murta Ribeiro.
A representação é baseada num artigo do Conselho Nacional de Justiça que prevê punições para o juiz que agir de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções.

O vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Cláudio Dell'orto, no entanto, acredita que a juíza não fez qualquer provocação ao tribunal. "Não me parece que gerou-se para a Justiça de um modo geral um constrangimento. Havia uma necessidade, como ainda há, de se aparelhar melhor a Justiça da Infância e da Juventude não só no Rio, como no Brasil todo", afirma.

Para Dell'orto, a atitude da juíza é apenas um "ato simbólico", que mostra que "os tribunais e toda a administração da Justiça devem estar mais próximos do cidadão".
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, este é um caso inédito. "Espero que a Justiça seja aplicada, até porque o que se diz é que a juíza quer trabalhar", disse Britto. FONTE: G1

BuscaP, lder em comparao de preos na Amrica Latina

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sinta-se a vontade para comentar